Seleção e Padronização
Medicamentos Não Padronizados
Amostras Grátis
Planejamento e Aquisição
Recebimento e Armazenamento
Unitarização e Distribuição
Controle de Validade
Recolhimento, Perdas e Descarte
Medicamento para uso em Emergências
Medicamentos Controlados
Medicamentos de Alta Vigilância
Quimioterápicos e Imunoterápicos
Antimicrobianos
Cadastros de Medicamentos
Sons e Grafias Semelhantes
Siglas e Abreviaturas
Prescrição
Transcrição de prescrição
Medicamentos “se necessário” e “a critério médico”
Conciliação Medicamentosa
Medicamentos de uso próprio
Avaliação Farmacêutica de Prescrição
Alergias
Dispensação
Preparo e Administração
Checagem
Monitoramento
Farmacovigilância
Inspeção Farmacêutica
Serviço de Informação sobre Medicamentos
Educação Farmacêutica Corporativa
Organização e Gerenciamento
Todos os medicamentos utilizados na Rede de Hospitais São Camilo – SP, estão de acordo com as leis e regulamentos vigentes e aplicáveis.
A responsabilidade técnica dos serviços de farmácia em cada unidade hospitalar é realizada por um profissional farmacêutico devidamente habilitado e especializado.
O gerenciamento de medicamentos na instituição é compartilhado com todos os setores envolvidos, incluindo equipes multidisciplinares e administrativas.
A Instituição assegura a eficiência e efetividade do gerenciamento e do uso de medicamentos, executando revisões desta política, reunindo e disponibilizando todas as informações e experiências relacionadas a medicamentos na Rede de Hospitais São Camilo – SP.
Seleção e Padronização
A Rede de Hospitais São Camilo – SP mantém uma seleção adequada de medicamentos armazenados e prontamente disponíveis para prescrição baseada nas necessidades dos pacientes atendidos e nos tipos de serviços ofertados.
A lista de medicamentos padronizados é definida pela Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT), composta por membros efetivos representantes de Farmácia, Equipes Médicas, Enfermagem, Departamento de Controle de Infeção Hospitalar, Qualidade, Suprimentos, Planejamento, Compras, Faturamento, Comercial, Cadastro, Informática em Saúde e membros consultores conforme necessidade identificada.
A CFT da Rede de Hospitais São Camilo – SP é uma instância multidisciplinar de caráter consultivo, deliberativo e educacional, responsável pela condução dos processos de seleção, padronização, utilização, acompanhamento e avaliação do uso dos medicamentos.
Todos os profissionais de saúde podem sugerir inclusão ou exclusão de medicamentos na lista de produtos padronizados, sendo a solicitação posteriormente submetida à análise da CFT.
As inclusões e exclusões de medicamentos da lista de produtos padronizados são orientadas por critérios que incluem: indicação do uso, eficácia, riscos, comodidade para prescrição, custos e consumo.
As atualizações da lista de medicamentos padronizados são divulgadas através dos canais de comunicação institucionais.
As eventuais faltas de medicamentos são sinalizadas nos sistemas informatizados e informadas para as equipes assistenciais através dos canais de comunicação institucionais. Esta comunicação deve informar o motivo da falta, a previsão de retorno e a sugestão de substituição quando houver.
Medicamentos Não Padronizados
Os medicamentos não padronizados prescritos são analisados por um farmacêutico e avaliados junto à equipe médica quanto a possibilidade de substituição baseada em critérios técnicos e necessidades do paciente.
Nos casos de impossibilidade de substituição por medicamento padronizado ou uso de medicamento próprio do paciente, com base no tempo de terapia proposto e previsão de alta, o medicamento é providenciado e disponibilizado pela instituição em até 48 horas a depender da necessidade, criticidade, características do produto e viabilidade de aquisição.
Amostras Grátis
Na Rede de Hospitais São Camilo – SP não é permitido o recebimento, armazenamento e distribuição de amostras grátis de medicamentos.
Planejamento e Aquisição
A Rede de Hospitais São Camilo – SP possui um setor de planejamento corporativo para garantia do abastecimento dos estoques de forma assertiva e racional.
A partir de análises das informações de consumo, estoques mínimos e projeção dos estoques, o setor de planejamento realiza as solicitações para atendimento das demandas em tempo oportuno nas diferentes unidades.
Outras informações fornecidas pelo departamento de compras apoiam as definições de quantidades e prazos de entrega dos produtos, dentre elas:
- Iminente variação de preços, falta de produtos ou qualquer outra circunstância do mercado que torne conveniente modificar para mais ou para menos as quantidades previamente planejadas;
- Capacidade instalada dos diversos fornecedores;
- Tempo de fabricação e entrega de produtos;
- Valor de faturamento mínimo de cada fornecedor;
- Lote mínimo de compra em consideração a embalagem de cada produto
Cabe ainda ao setor de planejamento a análise sistemática dos índices de estoques em cada unidade para realização de remanejamentos a fim de evitar desabastecimento, excessos de estoque e perdas por vencimento de produtos.
Recebimento e Armazenamento
Todos os medicamentos são recebidos mediante ordem de compra registrada em sistema e conferência com nota fiscal de entrega.
Os medicamentos são inspecionados quanto a integridade, data de validade, temperatura, lote, entre outros critérios no ato do recebimento.
O armazenamento de medicamentos pode ser realizado nos seguintes locais: almoxarifados, farmácias centrais e satélites, carros de emergência e outros subestoques devidamente estabelecidos e gerenciados.
Os medicamentos sujeitos a controle especial (portaria 344/98), são armazenados em local próprio devidamente identificado, com dispositivo de segurança e acesso restrito.
Todos os medicamentos da instituição estão protegidos contra perda ou roubo através de circuito interno de monitoramento por câmeras e controle de acesso aos locais de estoque.
Os locais de estoque possuem temperatura e umidade controlados para garantir condições adequadas de armazenamento e estabilidade e estes locais são periodicamente inspecionados por um farmacêutico.
Unitarização e Distribuição
Antes de serem distribuídos nos estoques, os medicamentos são unitarizados e recebem etiquetas com código de barras contendo nome do produto, dosagem, lote e validade.
Os medicamentos que contém o código data matrix ou QR em sua embalagem original dispensam a etiquetagem com código de barras. Essa identificação com códigos permite o rastreio dos medicamentos através dos sistemas informatizados das instituições.
Alguns medicamentos também recebem identificação diferenciada através de etiquetas contendo alertas, dentre eles:
- Medicamentos de alta vigilância;
- Medicamentos de geladeira;
- Medicamentos controlados;
- Medicamentos com embalagens semelhantes.
Controle de Validade
Todos os medicamentos adquiridos pela Rede de Hospitais São Camilo – SP devem ter sua entrada registrada nos sistemas informatizados permitindo o rastreio de validades e o bloqueio de dispensação dos medicamentos com prazo expirado.
Além dos registros em sistema, mensalmente os estoques contendo medicamentos são vistoriados para conferência dos prazos de validade e identificação de vencimentos próximos.
Os medicamentos com prazos de validade próximos ao vencimento (inferior a 90 dias) são identificados com etiquetas coloridas para melhor visualização das equipes operacionais e são sinalizados entre as unidades hospitalares para remanejamento e utilização quando possível a fim de evitar perdas.
Recolhimento, Perdas e Descarte
Medicamentos suspensos de comercialização ou retirados do mercado são recolhidos de todos os estoques, baixados em sistema, e devolvidos ao fabricante ou descartados conforme determinação da Autoridade Sanitária.
Em caso de recolhimento pelo fabricante, os produtos são segregados, identificados e direcionados conforme as instruções da indústria.
Os medicamentos sem condições adequadas para uso (quebras, vencimento, perda de estabilidade) são baixados em sistema com a devida justificativa e descartados em coletores de resíduo químico (caixa laranja).
Medicamentos com prazo de validade a expirar são descartados em até 10 dias antes da data final de vencimento, a depender do tipo de produto e da disponibilidade de produtos com maior prazo de validade em estoque.
Medicamentos para uso em Emergências
Todos os medicamentos necessários para atendimento de emergências estão disponíveis nas unidades assistenciais armazenados em carros de emergência ou maletas lacradas e com controle diário realizado pela equipe de enfermagem.
Quando utilizados medicamentos dos carros e maletas de emergência, os mesmos devem ser prescritos e requisitados em sistema. A equipe de enfermagem procede a reposição, conferência do conteúdo e lacre.
Trimestralmente a equipe de farmácia realiza auditorias para conferência de conteúdo, quantidades e validades dos produtos armazenados nos carros e maletas, executando inventários cíclicos e substituição dos itens com vencimento próximo conforme disponibilidade em estoque e utilização.
Medicamentos Controlados
Os medicamentos sujeitos a controle especial pela Portaria 344/98 em sua maioria podem causar dependência física ou psíquica e, portanto, necessitam de controles específicos nas unidades hospitalares.
Esses medicamentos possuem sinalização nos cadastros em sistema e seguem fluxos de controle diferenciados conforme procedimento específico desde o recebimento até a utilização.
Os controles seguem orientações regulatórias incluindo conferência de recebimento e nota fiscal pelo profissional farmacêutico, estoques segregados com contagens periódicas, dispensação diferenciada, recebimento na unidade assistencial exclusivamente pelo profissional enfermeiro e armazenamento em local com acesso restrito.
Medicamentos de Alta Vigilância
Os medicamentos potencialmente perigosos, também conhecidos como medicamentos de alta vigilância, são aqueles que possuem risco aumentado de provocar danos significativos ao paciente em decorrência de uma falha no processo de utilização. Os erros associados a esses medicamentos podem não ocorrer em maior frequência, contudo, suas consequências tendem a ser mais graves, podendo ocasionar danos permanentes ou a morte (ISMP Brasil, 2019).
Na Rede de Hospitais São Camilo – SP, os medicamentos de alta vigilância possuem sinalização diferenciada na unitarização e na dispensação com o uso de etiquetas de alerta. Outras medidas empregadas visando a mitigação de eventos associados ao uso desses medicamentos são a sinalização de riscos e cuidados direcionados à equipe de enfermagem e a realização de dupla checagem no preparo e administração.
A lista institucional de medicamentos de alta vigilância é revisada periodicamente e definida com base nas publicações do Instituto para Práticas Seguras no Uso de Medicamentos (ISMP Brasil) e diretrizes internas.
Quimioterápicos e Imunoterápicos
A prescrição de medicamentos quimioterápicos e imunoterápicos deve ser realizada exclusivamente por médicos oncologistas e hematologistas. Os reumatologistas e neurologistas tem a permissão para prescrever medicamentos quimioterápicos/imunoterápicos utilizados para tratamento de doenças autoimunes.
A prescrição desses medicamentos deve ser acompanhada das informações de indicação do protocolo clínico, número do ciclo, dia de aplicação e dose do protocolo. Todas as prescrições passam por análise do profissional farmacêutico especialista antes da manipulação dos medicamentos.
Na Rede de Hospitais São Camilo – SP, a manipulação e preparo de quimioterapias é realizada exclusivamente por profissional farmacêutico especializado e a administração desses medicamentos exclusivamente pelo profissional enfermeiro.
Em algumas unidades hospitalares o serviço de manipulação de quimioterapias é realizado por empresa terceirizada devidamente qualificada e monitorada conforme política institucional.
As manipulações realizadas internamente seguem rigorosamente as leis e regulamentos aplicáveis com relação à estrutura física, profissionais habilitados e controles necessários para a realização dessa prática.
Os medicamentos quimioterápicos parenterais preparados para dispensação, são identificados com rótulo contendo nome completo do paciente, data de nascimento, nome do medicamento, nome do princípio ativo, dosagem do medicamento, volume do medicamento, nome do diluente, volume do diluente, via de administração, tempo de infusão, volume final da solução, estabilidade após preparo, nome do médico prescritor e nome do farmacêutico manipulador.
Antimicrobianos
A Rede de Hospitais São Camilo – SP desenvolve e avalia continuamente o Programa de Uso Racional de Antimicrobianos direcionado pelo Departamento de Controle de Infecção Hospitalar Corporativo, com o objetivo principal de otimizar o uso desses agentes.
O uso racional de antimicrobianos envolve entre outros aspectos a escolha, dosagem, via e duração correta da terapia e é acompanhado pela equipe multidisciplinar incluindo infectologistas, farmacêuticos, enfermeiros e equipe de microbiologia.
Cadastros de Medicamentos
Na Rede de Hospitais São Camilo – SP, o cadastro de medicamentos é realizado exclusivamente pela Central de Cadastros Corporativa seguindo critérios pré-estabelecidos e validados por farmacêuticos, garantindo a adequação e padronização das informações inseridas nos sistemas informatizados.
Além da descrição do medicamento disponível para prescrição médica, no cadastro também são inseridas informações como observações relacionadas ao preparo e administração, alertas relativos a doses mínimas e máximas, interações medicamentosas, via de administração, forma farmacêutica, entre outras.
Sons e Grafias Semelhantes
Nomes de medicamentos com grafia ou som semelhantes podem gerar confusões e são causas comuns de erros nas diversas etapas do processo de utilização de medicamentos. Problemas podem surgir no armazenamento, na prescrição, na dispensação, na administração ou em outras etapas da cadeia de consumo (ISMP Brasil 2014).
A Rede de Hospitais São Camilo – SP utiliza o emprego de sílabas em letras maiúsculas e minúsculas no cadastro dos medicamentos para diferenciação dos nomes considerados semelhantes. A lista de medicamentos que possuem essa diferenciação é baseada nas publicações do Instituto para Práticas Seguras no Uso de Medicamentos (ISMP Brasil) e diretrizes internas.
Siglas e Abreviaturas
Os cadastros dos medicamentos nos sistemas informatizados são efetuados de forma a não permitir o uso de abreviações, símbolos ou designações de doses consideradas perigosas.
É expressamente proibido o uso de abreviaturas de nomes de medicamentos, à exceção da designação de protocolos de tratamentos oncológicos validados no siglário institucional.
A listagem de abreviaturas consideradas perigosas está descrita em procedimento específico e é periodicamente revisada e divulgada. O uso das abreviaturas, siglas e símbolos listados neste documento não é permitido nas seguintes situações:
Prescrições manuais ou digitadas (utilizadas em situação de contingência por indisponibilidade dos sistemas);
- Receitas médicas;
- Registros de evolução multidisciplinar;
- Rótulos e embalagens de medicamentos;
- Etiquetas de identificação dos locais de armazenamento;
Quaisquer documentos utilizados pelos profissionais de saúde que contenham informações sobre medicamentos.
Prescrição
Todas as unidades da Rede de Hospitais São Camilo – SP possuem sistemas informatizados para prescrição de medicamentos e as definições relativas a essa prática são discutidas e deliberadas pela Comissão de Farmácia e Terapêutica.
Todos os prescritores são devidamente cadastrados, recebem treinamento e devem realizar a prescrição em sistema a fim de evitar erros de medicação por ilegibilidade e ausência de informações.
Em situações de contingência onde há necessidade de realização manual da prescrição, os medicamentos prescritos devem conter minimamente os seguintes dados: nome comercial ou princípio ativo, dose, via e frequência de administração, não sendo permitida a utilização de siglas ou abreviaturas.
Transcrição de prescrição
Na Rede de Hospitais São Camilo – SP é permitida a realização de transcrição da prescrição médica exclusivamente nos casos de falha dos sistemas que exigem o uso da prescrição manual temporariamente ou em casos de prescrições provenientes de consultórios externos para administração de medicamentos nos centros de infusão.
Nestes casos um farmacêutico devidamente habilitado e treinado, realiza a transcrição da prescrição no sistema informatizado conforme procedimento específico, garantindo a rastreabilidade das informações, dispensação segura e checagem pela equipe de enfermagem.
Medicamentos “se necessário” e “a critério médico”
Todos os medicamentos prescritos com a indicação “se necessário” devem obrigatoriamente conter a condição específica indicada pelo médico para sua administração, por exemplo: se náusea.
Medicamentos com a indicação “a critério médico” devem ser prescritos exclusivamente em unidades críticas que possuem médicos 24 horas e necessitam obrigatoriamente da avaliação e liberação do mesmo para administração.
Conciliação Medicamentosa
A conciliação medicamentosa é um processo de responsabilidade multiprofissional (inclui médicos, enfermeiros e farmacêuticos) compartilhada com pacientes e acompanhantes, com o objetivo de coletar o melhor histórico medicamentoso possível e deve ser realizada na admissão hospitalar ou ambulatorial (quando aplicável), nas transições de cuidado entre unidades e na alta hospitalar (quando necessário).
Esse histórico deve conter todas as medicações que o paciente faz uso incluindo medicamentos isentos de prescrição, formulações homeopáticas, fitoterápicas, vitaminas e suplementos.
Na admissão deve ser realizada uma análise clínica de comparação dos medicamentos de uso prévio domiciliar do paciente e da primeira prescrição médica, avaliando a pertinência dos medicamentos nesta etapa do cuidado considerando o quadro clínico atual.
Na transição entre unidades a prescrição vigente é comparada à lista de medicamentos de uso prévio do paciente antes da internação e aos medicamentos prescritos na unidade de cuidado anterior para continuidade dos tratamentos conforme condição clínica.
E na alta hospitalar os medicamentos prescritos para uso domiciliar são comparados com os medicamentos de uso prévio à internação e com os medicamentos prescritos durante a internação, para realização das adequações necessárias a continuidade dos tratamentos.
Medicamentos de uso próprio
O uso de medicamentos próprios do paciente durante a internação pode ser necessário a depender da especificidade do tratamento e possibilidade/viabilidade de aquisição pela instituição (medicamentos não padronizados).
Quando é necessária a utilização de medicamentos próprios do paciente, após a prescrição médica, os mesmos são validados por um farmacêutico e registrados no Termo de Responsabilidade e Validação dos Medicamentos Trazidos pelo Paciente/Família/Acompanhante com descrição do nome do medicamento, dosagem, lote, validade e quantidade. O paciente ou responsável assina o termo se responsabilizando pela procedência, qualidade, condições de armazenamento e transporte.
Os medicamentos recebem uma etiqueta de identificação contendo os dados do paciente e a sinalização de que foi validado por um farmacêutico. Uma vez identificados os medicamentos são armazenados na gaveta de medicamentos do paciente no posto de enfermagem ou na gaveta de medicamentos controlados quando estes forem sujeitos à controle especial (Portaria 344/98). Caso o paciente ou responsável se recuse a deixar os medicamentos sob supervisão da enfermagem, esta informação estará descrita no termo e o farmacêutico realizará a orientação quanto aos riscos de automedicação no ambiente hospitalar e informará que a administração dos medicamentos próprios prescritos durante o período de internação é de responsabilidade do profissional de enfermagem. No momento da alta hospitalar os medicamentos restantes são devolvidos ao paciente ou responsável.
Avaliação Farmacêutica de Prescrição
Todas as prescrições médicas são avaliadas por um profissional farmacêutico antes da dispensação dos medicamentos, à exceção das prescrições realizadas em caráter de urgência que são avaliadas posteriormente.
Todos os farmacêuticos são treinados para realização de análise das prescrições médicas. No caso das prescrições de medicamentos quimioterápicos, a análise é realizada por um farmacêutico especialista em oncologia.
As análises são feitas a cada nova prescrição ou quando ocorre alguma alteração e são norteadas por alguns critérios mínimos de verificação.
A prescrição é avaliada quanto à pertinência (dose, via, frequência e aprazamento) de cada medicamento prescrito de acordo com:
- Alergias ou sensibilidades reais ou potenciais;
- Conciliação medicamentosa e indicação clínica prévia e indicação clínica atual;
- Idade e peso;
- Características individuais (obesidade, gestação, extremos de idade, função renal e hepática);
- Exames laboratoriais e condição clínica atual (balanço hídrico, condição neurológica, condição hepática, condição renal, condição cardiológica);
- Duplicidades de itens entre prescrições e possíveis duplicidades terapêuticas,
- Diluição dos medicamentos injetáveis;
- Incompatibilidades físico-químicas entres drogas numa mistura;
- Interações medicamentosas;
- Tempo de terapia do medicamento;
- Possibilidade de substituição de terapia Endovenosa para via Oral;
- Protocolos Institucionais.
Ao ser observado uma necessidade de ajuste na prescrição devido inconsistência ou otimização da terapia medicamentosa, o farmacêutico deve realizar contato com o prescritor para a realização da intervenção.
Conforme Resolução do Conselho Federal de Farmácia nº 586 de 2013 que regula a prescrição farmacêutica e dá outras providências, na Rede de Hospitais São Camilo – SP o farmacêutico pode realizar ajustes de prescrição de medicamentos não isentos de prescrição mediante um acordo de colaboração institucional. Tais ajustes permitidos estão descritos em procedimento específico, sendo revisados e validados pela Diretoria Médica e Comissão de Farmácia e Terapêutica.
Alergias
As alergias conhecidas do paciente devem ser identificadas e registradas em sistema para evitar a prescrição inadvertida de medicamentos.
As informações relacionadas a alergia são inseridas em sistema pelo enfermeiro na admissão do paciente ou por outro profissional de saúde (médicos e farmacêuticos) que identifique a necessidade ao longo da internação.
Com base nesse cadastro, os sistemas informatizados geram alertas no momento da prescrição médica. Caso haja necessidade de prescrição de medicamento com esta sinalização, o prescritor deve obrigatoriamente justificar o uso para ciência e acompanhamento da equipe multiprofissional.
Dispensação
A Rede de Hospitais São Camilo – SP utiliza sistemas informatizados para gerenciar os estoques e realizar a dispensação dos medicamentos, garantindo o envio do medicamento correto, na dose prescrita, ao paciente certo e no horário adequado conforme a prescrição médica.
Nas farmácias os medicamentos são separados e registrados em sistema, recebem etiqueta de identificação do paciente ao qual se destinam e são direcionados às unidades assistenciais conforme turnos e horários pré-definidos.
Em alguns setores a dispensação de medicamentos pode ocorrer por kits, como por exemplo nos centros cirúrgicos. Nesses setores a farmácia realiza a montagem e dispensação de kits previamente estabelecidos e com os devidos registros em sistema.
Preparo e Administração
O preparo e administração de medicamentos deve ser realizado exclusivamente por profissionais habilitados para essa prática.
A administração de medicamentos quimioterápicos e nutrição parenteral é atividade privativa do profissional enfermeiro. Demais medicamentos podem ser administrados por auxiliares e técnicos de enfermagem.
As instruções de preparo dos medicamentos estão disponíveis em prescrição médica e nos guias, manuais e protocolos validados pelo Serviço de Informações de Medicamentos.
Os profissionais responsáveis pela administração de medicamentos, devem verificar sistematicamente os seguintes aspectos: medicação, paciente, dose, forma farmacêutica, via, validade e horário.
Checagem
Todos os medicamentos administrados devem ser checados pelo profissional que realizou a administração. Esta checagem pode ser realizada diretamente no sistema informatizado nas unidades que possuem esse recurso ou de forma manual na prescrição impressa.
Da mesma forma, para os medicamentos que exigem dupla checagem conforme diretriz institucional, deve ser realizada em sistema nas unidades que possuem esse recurso ou de forma manual na prescrição impressa. Deve estar clara a identificação dos dois profissionais que realizaram a checagem de preparo e administração.
Medicamentos não administrados devem ser sinalizados na prescrição com descrição de justificativa da não administração.
Monitoramento
A equipe multiprofissional atua em conjunto no monitoramento dos pacientes em uso de medicamentos, acompanhando possíveis efeitos colaterais e reações adversas.
Os farmacêuticos clínicos acompanham periodicamente os resultados de exames laboratoriais (hemograma, culturas, creatinina, vancocinemia entre outros) e realizam intervenções relacionadas a ajustes de dosagem ou substituição de medicamentos conforme a necessidade identificada.
Os erros de medicamentos e quase falhas identificados pela equipe multiprofissional são notificados através do sistema de notificação interna para análise e estruturação de planos de ação voltados a detecção e prevenção.
As quase falhas detectadas pelo farmacêutico na análise clínica das prescrições são compiladas em indicadores periodicamente analisados para a identificação de oportunidades de aprimoramento das barreiras de segurança implantadas e educação dos profissionais de saúde.
Farmacovigilância
Compreende todas as atividades relacionadas a detecção, avaliação, compreensão e prevenção de efeitos adversos ou desvio de qualidade relacionados a medicamentos.
A identificação pode ser realizada por qualquer membro da equipe multidisciplinar. Nos casos de suspeita de reação adversa ou desvio de qualidade, o profissional de saúde realiza notificação através de formulário específico ou no sistema informatizado nas unidades em que esse recurso estiver disponível. Essa notificação é analisada pelo farmacêutico da unidade para classificação e identificação da causalidade e após análise é encaminhada ao Serviço de Informações de Medicamentos para compilação dos dados e reporte Centro de Vigilância Sanitária (CVS) conforme critérios pré-estabelecidos.
Os dados relativos à farmacovigilância são discutidos na Comissão de Farmácia e Terapêutica.
Inspeção Farmacêutica
Todos os setores que armazenam e utilizam medicamentos são periodicamente vistoriados por um farmacêutico a fim de identificar se as práticas institucionais estabelecidas para o uso seguro de medicamentos estão sendo cumpridas.
As inspeções são registradas e compartilhadas com as coordenações dos setores para acompanhamento e realização de adequações caso necessário.
Serviço de Informação sobre Medicamentos
A Rede de Hospitais São Camilo – SP conta com um Serviço de Informação sobre Medicamentos Corporativo destinado a reunir, analisar, avaliar e fornecer informações sobre medicamentos, tendo como objetivo seu uso racional.
As principais atividades deste serviço são:
- Apoio à Comissão de Farmácia e Terapêutica: auxílio na elaboração do elenco de medicamentos da instituição com fornecimento de informação para apoio na inclusão ou na exclusão;
- Elaboração e validação de materiais técnicos de apoio: construção de guias, manuais e protocolos direcionados para prescrição e uso de medicamentos;
- Fornecimento de informação reativa: elaboração de parecer em resposta a dúvidas sobre medicamentos dos profissionais da equipe multidisciplinar com análise e processamento sistemático de literatura devidamente referenciada;
- Busca ativa de informações: consulta periódica às principais agências regulatórias e Diário Oficial da União sobre informações, alertas ou publicações relevantes acerca de medicamentos;
- Contribuição com o Sistema Nacional de Farmacovigilância: através da investigação em farmacovigilância e notificação ao Centro de Vigilância Sanitária;
- Produção e divulgação de material informativo e educativo sobre o uso racional de medicamentos. A informação pode ser divulgada por meio de boletins, resultados de análises de artigos científicos, informativos e/ou difusão de literatura, seguindo critérios de informação de qualidade baseada em evidências, de imparcialidade e de objetividade.
Educação Farmacêutica Corporativa
A Rede de Hospitais São Camilo – SP conta com profissionais farmacêuticos dedicados a atividades relacionadas a educação contínua, capacitações e treinamentos.
Esses profissionais são responsáveis por elaboração, apoio e disseminação de conhecimentos relacionados a atuação do farmacêutico no âmbito hospitalar e ao uso seguro e racional de medicamentos pela equipe multiprofissional, incluindo setores administrativos e assistenciais.